Teresa Santos | Publicado em 19/07/03
CRUZANDO*
(Instrumental)
NADA A DIZER
(Letras: Matos)
Há muito tempo atrás, sob este mesmo céu
“Fica solitário quando o sol se põe”
O dia veio quando éramos como um:
– Armas para cima, nunca se rendam!
Oh, eu vi os brilhos do ouro
Nós mataríamos e morreríamos
Conquistando um mundo virgem
A fortaleza corrompida pela honra
Vivendo para sempre, partindo hoje
De volta a meu lugar, não tenho
Nada a dizer!
Culpa e vergonha, é tudo tão insano
Deuses pagãos morrem sem defesa
E não poderíamos ir mais adiante
Cavando as covas de nossa consciência
Oh, os sons, eles ainda ecoam
Todos nós flutuando em mares de sangue
A esperança escondida por trás do horror
Vivendo para sempre, partindo hoje
De volta a essa terra, não tenho
Nada a dizer!
Oh, quantas lágrimas se foram
A cada manhã eu me livro do amor
O amor se erguendo da mágoa
Vivendo para sempre, partindo hoje
De volta a meu lugar, eu não tenho
Nada a dizer!
SILÊNCIO E DISTÂNCIA
(Música e Letras: André Matos)
Estive aqui por muito tempo
Pela manhã eu ousarei
Silencioso e distante
Alcançando, sem aviso
Roubando os sussurros
De meus mais profundos pedidos
E você me observa
Esperando por algo novo
Minhas mãos, tão vazias
Quanto meu corpo e minha alma
Poderia continuar fingindo
Mas em meu coração eu já teria partido…
Ainda encara meu rosto
Mas seus olhos parecem perdidos
Mantenha o controle das velas
Contra o céu azul
Ooh, estou planejando
Um caminho de volta ao mar
Este vazio queima por dentro
E continua por milhas intermináveis
Não me deixe ir
Embora através do mar
– Deve ser muito maior
Do que parece ser
Oh, ainda estou procurando
O caminho para ser livre
A solidão se prende ao nosso redor
Apesar de não podermos ver
E agora sei
Em meu coração não vou esquecer:
As velas contra o céu azul,
Foram elas que me ensinaram como viver
… Sem mágoa
E amanhã compartilharemos
Silêncio e distância
Até que nossas falhas sejam reparadas
Você será a dama
Que nunca esquecerei
CAROLINA IV
Matos, Mariutti, Confessori)
(Letra: Bittencourt, Matos)
Tudo que vejo flutua com o vento
Todos os milagres da água
São milagres nunca vistos antes
De algum modo minha vida começa agora
Esta música que foi tocada através do tempo
Agora começa a alcançar meus pés
Parece a inundação de minhas necessidades
Vinda da harmonia da eternidade
Soam as melodias do mar
E você saberá no caminho
Estou voltando para meus inimigos
Estou voltando
Estarei de volta a meus últimos dias
Estou voltando para o mar!
Comigo, meu amigo?
Emoções…como tivemos antes
Esperança…nunca mostrando o mesmo
Para um homem solitário
Desde o dia em que deixamos a terra
Estávamos ansiosos pela chegada
O capitão continuou mostrando seus planos:
“Sob as velas iremos!”
No azul profundo do mar eu observo
Os reflexos de minha alma
Temos conosco um convidado especial
E para ele faremos um brinde
Carolina IV levou um rio para o céu
Sete homens a bordo participando
Para levar seus corações ao redor
Ao redor, ao redor do mundo
Tudo que consigo lembrar daquele dia
Naquele dia com certeza
Todas as mãos para cima contra o nevoeiro
Enquanto tentávamos retornar
Carolina IV levou um rio para o céu
Com um homem a menos a bordo
Sonhos humanos
Às vezes podem custar-lhes suas vidas
Todas as suas vidas sonhando:
Tenho sido tão tolo
Tenho estado com tanto medo
Do meu coração, para você eu digo:
– Estarei aqui para ficar!
Não muito sobrou do barco
Já se passaram muitos anos
Ainda assim não consigo esquecer o passado
E aqueles que deixei em casa
Carolina IV levou um rio para o céu
Noites sibilantes e tempestuosas
Me fizeram navegar diretamente
Para dentro do olho do vento
Agora eu morrerei cantando:
Fui tão tolo
Estive com tanto medo
Do meu coração, para você eu digo:
– Estou aqui para ficar!
TERRA SAGRADA
(Música e Letras: André Matos)
Nascemos numa Época de Ouro
Além das crenças
Sopradas com os ventos para encontrar
Aqueles que rastejam
E rezam
Vestígios de pés descalços em areia fresca
Um mapa desdobrado
Espalhando conhecimento
Magia e amor
E então…
… Ooh, e então
Carregados por deuses de madeira
Nós partimos em direção ao sol
Jorramos o sangue sagrado
Daqueles que morrem
Para abençoar
Ooh, e dançar…
Ooh, ainda dançar…
Alguém enviou
Alguém até aqui
Para trazer uma era
Há muito desaparecida
Terra Sagrada
Jogue suas cicatrizes em mim
Minha alma apenas tende a ser
Sua amiga
Terra Sagrada – Terra Sagrada ao redor
Terra Sagrada – Terra Sagrada é tudo…
Alguém enviou
Alguém até aqui
Para trazer uma era
Há muito desaparecida
Terra Sagrada
Mostre-me seus sinais
Pois estou aqui para ver
Seu rosto
Terra Sagrada – Terra Sagrada ao redor
Terra Sagrada – Terra Sagrada é tudo…
Terra Sagrada, Terra Sagrada…
O XAMÃ
(Música e Letra: André Matos)
Garotos, eu vi o velho
Máscara de palha ao redor da testa
A chama, um estouro e os mortos acordados
(As sementes mágicas irão se espalhar…)
O guerreiro sangrando, ele foi combatido
(Folhas que curam, dentes de piranhas,
Ninguém deixa este lugar até o amanhecer!)
Contra a paixão, pelo amor
(Pele de serpente, um grito selvagem,
Você não acredita, ele cresce cada vez mais…)
Garotos, é tudo tão fácil
Aqueçam a alma
Enquanto o corpo está congelando…
– Eu juro!
Contra os homens da terra
Contra a besta para sobreviver
Contra os demônios para manter a fé
(Os espíritos e o destino…)
Uma palavra – juntos eles irão gritar
(Corra e reze, se você está com medo
É melhor ficar longe de tudo isto!)
Um estrondo balança o chão
(Comece a cantar, a virar e a girar,
Livre-se de todos os seus pecados agora!)
Garotos, é tudo tão fácil
Aqueça a alma
Enquanto o corpo está congelando…
Ainda podemos esperar
Juntos por uma única palavra
Aqueçam a alma…
– Garotos, eu juro que estive lá!
FAZ DE CONTA
(Música: Bittencourt, Matos)
(Letras: Bittencourt)
Sentado próximo à campina
Observando as ervas crescerem
Limpei todas as cinzas
Da minha alma
Escrevi minha própria sentença
Agora você está em seu caminho
Desaparece a última lembrança
De seu rosto bonito e amável
Eu, afinal,
Apenas um homem solitário
Um coração solitário!
Trabalhando no futuro
Flutuando no destino
Encarei as circunstâncias
Clareei as sombras, então
Faça de conta
Que não há mágoa em seus olhos
Você não sabe
Que nunca poderemos voltar ao início?
Minutos esperando, a vida foi desperdiçada
… Talvez eu queira morrer algum outro dia
Ouço os sussurros de sua esperança
A resposta não foi dita
Não, não ria ao me ver chorar
O fim deixei para trás
(…Os sussurros de sua esperança
São deixados para trás!)
Faça de conta
Não há mágoa em seus olhos
Não vê
Que nunca poderemos voltar ao início?
Minutos esperando, a vida foi desperdiçada
E tentei
Talvez você negue
Palavras de paz
Para o futuro de nossas vidas
Traga a mim
Algo mais que um coração partido
Eu não esperarei
Até que minha vida esteja desperdiçada
… Talvez eu queira morrer outro dia
Z.I.T.O.
(Música: Loureiro, Bittencourt, Matos)
(Letra: Bittencourt)
De algum modo eu me viro e vejo
Meus nervos se quebram por dentro
Talvez você saiba muito mais que eu
Então me diga o que é certo dizer
Na fraqueza de minha alma
Estão os segredos, e eu sei
Que há algo me empurrando para trás
Desejaria que minhas mãos
Se transformassem em ouro
E meu coração iria quebrar o frio
Para dar aos meus pensamentos
Algum significado
A virada está próxima, novo século
Ainda as pessoas pensam que são reis
Agora você tem sua voz
Seu próprio discurso
Não espere até que alguém mais concorde
Nadando nu de crenças
E responsabilidades
Apenas sinta o mar de felicidade
A Mãe Natureza me traz
Em uma pureza fantástica
Tudo que eu preciso
Como uma descoberta de um adolescente
O que é mais agradável que isto?
Tente se lembrar como era bom
Sentir a vida como ela é
Para acreditar!
Um novo mundo nasceu
Dos sonhos dos homens
Agora nós andamos por conta própria
Os anjos lamentaram, você os ouviu chorar
Mas agora é hora de fazê-los cantar!
AZUL MARINHO
Três penhascos ali ficam
Lá no alto onde grandes ventos uivam
Silêncio que circunda tudo
Três pássaros escalam, e então caem
Esperando por algum dia
Quando o oceano e o céu
Irão cobrir a terra em azul marinho
– Devo ser sempre o mesmo mais uma vez?
Pegue minha mão e siga
Amplas árvores, os casacos verdes
O tempo não tem lugar no amanhã
Sinta o bem em sonhos infinitos
Esperando por algum dia
Quando o oceano e o céu
Irão cobrir a terra em azul marinho
A renascença acabou e me pergunto
– Devo fechar meus olhos e rezar?
– Me sentir como se tivesse sido traído?
– Ser sempre o mesmo?
… Ser sempre o mesmo mais uma vez?
CANÇÃO DE NINAR PARA LÚCIFER
(Música: Loureiro, Bittencourt)
(Letra: Bittencourt)
Na areia, na beira do mar
Deixei meu coração
Para derramar minha tristeza
Um vulto veio e me suplicou:
– Alimente-me com este pedaço de carne!
Eu não largarei mão
De algo que preciso
Em um jardim de crianças
Deixei minha fantasia viajar livre
Crianças brincando ao redor de uma árvore
Dividindo maçãs alegremente
Venha e descanse comigo
Dê suas mãos aos sonhos
Esperarei aqui ao seu lado
Até que você adormeça
Esperarei até que você chore
Sobre mim todas as lágrimas
Que você esconde por dentro…